Figura que Representa o Livro da Vida

Certa vez, em um culto na praça, alguns desviados foram chamadas a se reconciliarem. Eles se apresentaram perante o pastor e a comunidade ali reunida.  

O pastor, por sua vez, ofereceu a oportunidade a um sábio irmão, por sinal, inimigo da teologia, para fazer a oração de reconciliação por aqueles desviados. Sua oração foi a seguinte: “Senhor reescreve estes nomes no Livro da Vida.” Um irmão que estava atento, à oração, disse: “Oxente! Que oração é essa!”  Espanto e riso, foram a reação do irmão, em virtude daquele pensamento teológico exposto na oração. 

Pois é! Muitos pensam que os nomes dos salvos somente serão escritos no Livro da Vida no momento em que as pessoas confessam sua fé publicamente, e quando se desviam, os nomes são riscados; e, em caso de reconciliação, apela-se para que o nome seja reescrito. E, caso se desvie novamente, o nome será riscado do Livro mais uma vez. E, em caso de uma nova reconciliação? Será reescrito novamente. Até quando esse ciclo se estenderá? Isto é possível? Deus escreve, apaga, reescreve, apaga?

Conheço gente que já se desviou muitas vezes, então, o ciclo de escrever, riscar e reescrever, se fosse verdade, se tornaria uma até brincadeira. Parodiando: Será que Deus não se aborreceria de tanto escrever, riscar e reescrever? Haja borracha, tinta e página de Livro!
 Certo teólogo, afirmou que os nomes de todas as pessoas estão no Livro da Vida; quando a pessoa morre sem se converter, então o nome é riscado. Cremos que tal afirmação está incoerente com o que a Bíblia afirma.

Vejamos então, segundo a Bíblia, o tempo em que os nomes dos salvos foram escritos no Livro da Vida. Certa vez um irmão perguntou ao pastor sobre este assunto. Ele respondeu com segurança: "Antes da fundação do mundo." O irmão, então, lhe perguntou por que ele orava pedindo para Deus escrever o nome do convertido no Livro da Vida.  Ele respondeu que era costume. Realmente! É um mau costume. 

Lemos na Bíblia o seguinte: “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas, aparecerá.”

 Vemos que os nomes foram escritos antes da fundação do mundo, e não no momento da conversão. Neste caso, não há possibilidade do nome ser apagado quando um salvo se desvia, e reescrito quando o mesmo volta. Também não é o nome de todo mundo que está escrito neste livro. No Livro da Vida nenhum nome será acrescentado ou tirado.   
Para o crente, saber que seu nome está escrito no Livro da Vida, é mais glorioso do que operar grandes milagres. Jesus disse, “...alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.” (Lc 12:20).  Será que você se alegra em saber disso? Ou sua alegria consiste nos bens materiais?

Toda essa engrenagem de escrever, apagar e reescrever os nomes das pessoas no Livro da Vida em tempos posteriores ao que antecede a fundação do mundo só serve para dar margem à doutrina de que o homem depois de salvo, pode ainda voltar a ser condenado. Graças a Deus que os seus dons e vocações são irrevogáveis (Rm 11:29). Pregar que o salvo se perde, é pregar que os dons e vocações Divinas são revogáveis. 

 A doutrina da perda da salvação cai bem na cachola humana do homem natural; ela é fácil de ser assimilada, principalmente pelos descrentes, pois é muito difícil o mesmo aceitar que alguém possa ser salvo aqui nesta terra.  O descrente diz assim: “Quem já viu um comedor de feijão e farinha; e, soltador de pum, ter certeza de salvação?” Digo isto porque já ouvi muita gente falar desta maneira. De fato, ter um lampejo de certeza de salvação já é difícil, imagine alguém saber e afirmar que está definitivamente salvo, vivendo ainda neste mundo de pecados. Crê no que não se vê, exige fé. 

Talvez, alguém pergunte o porquê de Jesus falar em Ap 3:5 que de modo nenhum apagará o nome do vencedor do Livro da Vida. Para responder a esta pergunta, transcreveremos na íntegra uma parte do comentário da carta à igreja em Sardes (Ap 3:1-6), encontrado no Comentário Bíblico Africano de Tokunboh Adeyemo – pg. 1592-93, o qual achei muito coerente. Para mim, foi um dos melhores que já ouviu e li. Ele reza o seguinte: 

“A promessa feita ao vencedor se origina da referência às vestiduras brancas em Ap 3:5. Cristo dará vestiduras brancas aos cristãos fiéis de Sardes e a todos os outros que vencerem a contaminação das sociedades pagãs. Ademais, o relacionamento puro com Cristo é garantido em caráter permanente: De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida. Na antiguidade, os nomes dos cidadãos eram anotados num registro. Quando morriam, os nomes eram apagados ou riscados do livro dos vivos. Encontramos a mesma ideia no AT (Ex 32.32-33; Sl 69:28; Is 4:3). O conceito de estar registrado no livro dos vivos (ou dos justos) de Deus dá origem ao sentido de pertencer ao reino eterno de Deus ou possuir vida eterna (Dn 12.1; Lc 10:20: Fp 4:3; Hb 12.23; Ap 13:8; 17:8; 20:15; 21:27). O fato de Cristo dizer que jamais riscará ou apagará o nome dos vencedores do Livro da Vida é a declaração mais veemente possível de que a morte jamais pode separar os féis de Cristo (Rm 8:35, 39). Quem está registrado no Livro da Vida pela fé, permanece lá para sempre.”

A palavra de Jesus é enfática em Ap 3:5: “...e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e dos santos anjos.” 


Pelo Pr. Luiz Dias


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