Terceiro, os cristãos,
também deveriam orar para que a fuga deles, no tempo do acontecimento, não se
desse no inverno, por causa da dificuldade que teriam de locomoção; nem em dia
de sábado, tendo em vista, que os judeus no seu zelo, seriam capazes matá-los
por causa da violação desse dia (Mt 24.20) apesar da grande angustia estava se
instalando, pois nem um leito era lícito carregar nesse dia (Mt Jo 5.10).
Quarto, Jesus disse que nunca mais haveria
tribulação daquela natureza, indicando que depois daquele acontecimento, a vida
iria continuar, não sendo portanto, a última coisa a ocorrer no mundo, isto é,
não seria o fim do mundo, como muitos ensinam, pelo contrário, o plano de
evangelização mundial começaria a partir dali, pois os judeus seriam dispersos
pelo mundo, isto é, “levados cativos para todas as nações” (Mt 24.21, 23).
Em quinto lugar, aquilo
era cumprimento profético contra aquele povo; esses dias seriam dias de
vingança para se cumprir tudo o que está escrito contra aquele povo
desobediente (Lc 21.22,23).
Em sexto lugar, o
Senhor profetizou a destruição do Templo e de Jerusalém (Mt 23.37-24.2), e o
Senhor não falou nada mais sobre a reconstrução desse templo para funcionar
como catedral do cristianismo, pelo contrário, o Espírito Santo revela que a
ira de Deus veio definitivamente contra aquele povo At 13.46-47; 1 Ts 2.15-16.
Os que são da eleição eterna devem aceitar o Senhor Jesus e se converter à
igreja, que é a comunidade dos verdadeiros israelitas, filhos de Abraão pela
fé. Veja bem, a ira de Deus, se derramaria “contra este povo”, isto é, contra o
povo judeu, o qual cairia ao fio da espada (romana). Portanto, nada tem a ver
com brasileiros ou os de qualquer outra nação (Lc 21.23,24).
Em sétimo lugar, esse
acontecimento se cumpriu literalmente, isto está comprovado pela história.
Negar esse fato é ignorância. Transcrevo aqui as palavras de J.C. Ryle, no seu
livro Meditações no Evangelho de Mateus, edição em português em 1991, p. 206-7:
“Alguns se surpreendem ao ver tanta importância atribuída à tomada de
Jerusalém. Tais pessoas preferem considerar este capítulo como ainda não-cumprido.
Esquecem-se, porém, de que Jerusalém e o templo eram o centro da antiga
dispensação judaica. Quando foram destruídos, chegou ao fim o antigo sistema
mosaico. O sacrifício diário, as festas anuais, o altar, o Santo dos Santos, o
sacerdócio: todos eram partes essenciais
da religião revelada, até que Cristo veio; mas não mais depois disso. Quando
Ele morreu sobre a cruz, a finalidade de todas essas partes foi terminada.
Porém, não convinha que isso fosse feito silenciosamente. O fim de uma
dispensação dada com tanta solenidade, no Monte Sinai, bem poderíamos esperar
que fosse marcado por uma solenidade peculiar. A destruição do templo santo,
onde tantos santos do Velho Testamento tinham visto a “sombra dos bens
vindouros” (Hb 10.1), era de se esperar que fosse o assunto de uma profecia. E
de fato o foi. O Senhor Jesus prediz especialmente a desolação no “lugar
santo”. O grande Sumo Sacerdote descreve o fim de uma dispensação que tinha
sido o preceptor para trazer homens a Cristo. ”
Em oitavo lugar,
dizemos que esse é esse grande comentário. Digno de credibilidade, porque nos
leva a confirmar que a grande tribulação se destinaria a desarraigar o reino de
Deus que estava ainda, de certo modo, na mão dos judeus, e centralizado em
Jerusalém, para, definitivamente, ser assumido pela Igreja, e isto, com caráter
universal, e nunca mais, local (Mt 21.40-44;
Ap 7.9-17). Portanto, quem quer situar a sede da igreja em algum lugar,
está tentado reconstruir o que Cristo destruiu. Por isso, o que mais temos, são
donos da igreja, o qual se sentam no templo principal dela, querendo ele
parecer Deus, todos eles se julgando cheios de autoridade, agindo tripudiando a
própria Escritura, esses falsos apóstolos se não forem anticristos, mas, são
primos dele (2 Ts 3.3-4).
Mas, em nono lugar, o
que seria o “Abominável da Desolação” a que Jesus se referiu? Seria o Homem do
pecado, ou a besta-fera, ou o anticristo?
Bem, o Dicionário da
Bíblia de Almeida descreve a “Abominação Desoladora (como) Ato que causa
revolta. Em Dn 9.27; 11.31; 12.11 a referência é ao altar pagão que ANTÍOCO
Epífanes, em 168 a.C., mandou construir sobre o altar dos sacrifícios, que
ficava em frente ao Templo (1 Mc 1.54,59). Jesus, ao usar essa expressão,
estava se referindo ao fato de que os soldados romanos iriam colocar no Templo
os seus estandartes, nos quais havia figuras de desuses pagãos (Mt 24.15).”
Eu concordo com o
pensamento desse dicionário, pois, Lucas, o escritor sagrado, descreve a
abominação desoladora como sendo os exércitos que sitiariam Jerusalém (Lc
21.20), e pela história, sabemos que de fato, os exércitos romanos trouxeram
essa grande aflição ao povo judeu a partir do ano 67 A.D., culminando com a
destruição da cidade e do Templo no ano 70 A.D., e, à semelhança de Antíoco
Epifanes, entrou e profanou o templo, coisa abominável para os judeus.
A conclusão a que
chegamos é que essa profecia é algo já acontecido na história, portanto, já
teve o seu cumprimento, pois o Senhor disse que não passaria aquela geração sem
que tudo aquilo acontecesse (Mt 24.33-34). Uma geração, segundo estudiosos,
corresponde a 40 anos. Além do mais, aqueles dias foram abreviados para que o
número dos eleitos se complete (Mt 24.22), pois se demorasse mais tempo que
aquele, penso eu, que o povo judeu estaria reforçando sua religião e, talvez,
sucumbisse a ação da igreja na evangelização do mundo inteiro. Uma prova desse
pensamento se vê nas epístolas onde os crentes são conclamados a não voltarem à
velha religião.
A profecia diz que após
essa tribulação, o Senhor Jesus voltará (Mt 24.29). Essa é uma notícia
agradável a todos nós. Jesus está perto de voltar para buscar o seu povo.
Maranata!