ARTIGO 25

"O batismo com água (Mt 3:11) foi ordenado por Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 28:19) como figura do batismo verdadeiro e eficaz (1 Pe. 1:2), feito pelo Salvador quando enviava o Espírito Santo para regenerar o pecador (At 10:47; 1 Cor 12:13). Pela recepção do batismo com água, a pessoa declara que aceita os termos do pacto em que Deus assegura aos crentes as bênçãos da salvação (At 2:41; At 8:12)." 
 (Art. 25 da Breve Exposição)

  Definição de batismo com água:

Existem vários tipos de batismos: Batismo com o sangue de Jesus Cristo (1 Pe 1:2); com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11); e, com água, que é o mais conhecido e discutido de todos (Mt 3:11; At 10:47).

Batismo não é rito exclusivo do Cristianismo; também não foi João Batista que inventou o rito. A pergunta dos sacerdotes e levitas denota esse fato: 
"Então, porque batizas?” (Jo 1.25).
  
Ora, se os religiosos perguntaram a João o porquê dele está batizando, é porque o batismo já existia. 

Outra coisa importante, é que João Batista não estava praticando o rito batismal de modo diferente do que já era adotado. Não era novo rito; se assim o fosse, com certeza, a pergunta seria diferente.

Na Antiga Aliança, as purificações, que eram batismos, eram constantes, tanto com água, como com sangue e outros elementos (Ex 29.4; Lv 14.6-7, 16; Nm 19.18-19; Hb 9.13; 11.28).

Também as purificações, que eram batismos, era, praticadas nas tradições dos anciãos do Judaísmo (Mc 7.1-5; Jo 2.6).

Berkhof (1990, p. 627) afirma que: Os egípcios, os persas e os hindus tinham todos as suas purificações religiosas. Estas eram mais proeminentes nas religiões gregas e romanas. Às vezes elas tomavam a forma de banhos no mar, e às vezes eram efetuadas por aspersão.” 

Definição

Uma boa definição para o batismo com água praticado pela igreja cristã é a seguinte: 

O batismo com água é um ritual de purificação exterior que testemunha que a alma foi aspergida pelo sangue de Cristo, seu Salvador pessoal (1 Pe 1.2),  que também recebeu o lavar regenerador e santificador do Espírito Santo (Tt 3.5), fazendo-a nascer de Deus e para Deus, mediante o orvalhar da Doutrina de Deus exarada nas Escrituras Sagradas” (Dt 32.2; Jo 15.3).

"Que [o Batismo] seja o símbolo e comprovante de nossa purificação, ou, para que melhor explique [o] que quero, [que é ele] um como que documento assinado pelo qual nos confirme que todos os nossos pecados hão sido assim apagados, riscados, obliterados, que jamais Lhe venham à presença, não sejam lembrados, não sejam imputados”. - Calvino (As Institutas Vol. 4, 1989, p. 285).

O Artigo 25 da Breve Exposição diz que o batismo com água é uma figura do batismo verdadeiro e eficaz que não é feito por homem algum, mas pelo próprio Senhor Jesus (Mt 3:11) quando envia o Espírito Santo ao coração do pecador, para regenera-lo (At 10:47).
  
A importância do batismo.

Desenho antiquíssimo do Batismo de Jesus
O batismo é tão importante, que o próprio filho de Deus a ele se submeteu: Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galileia para o Jordão (isto é, para a região), a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu. Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.” (Mt 3:13-16).

Jesus também reveste o batismo de uma autoridade toda especial no projeto da salvação do pecador ao afirmar:Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Quer dizer isso, que o batismo está ligado à salvação; ele é simplesmente indispensável.

Todo crente verdadeiro deseja receber o batismo com água, porque este ato é como um selo, e um sinal visível da aliança de Deus com o pecador que se tornou crente. Eis o que disse um novo convertido: “Eis aqui água; que impede que seja eu batizado?” (At 8.36).  

O novo convertido não deve adiar o seu  batismo, pois isso representa desobediência ao mandamento de Jesus de que os crêem devem se batizar (Mc 16.16); a igreja, por sua vez, não deve fechar os olhos pretextando que o novo convertido não está preparado, pois ela também recebeu ordem para batizar, e só depois disso, começar a ensinar (Mt 28.19-20).

Ananias disse a Saulo de Tarso, que esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu, após o seu encontro com Jesus Cristo (At 9.9): “E agora, por que te demoras? Levante-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele (de Jesus Cristo)... a seguir (Paulo), levantou-se e foi batizado (At 22.16; 9:18)”. 

Tudo no batismo é importante: a água, a forma como se batiza, o ministrante, o candidato ao batismo, e a igreja.  Porém o mais importante é a invocação da bênção sobre o batizando. Jesus ordenou que o mesmo fosse, em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28:19).

O modo de aplicar a água:

A palavra batismo vem do grego “baptismu”, que significa imersão, daí os imersionistas dizerem que o batismo com água deve ser mergulhando. O grande problema é que a Bíblia não traduz baptismu para imersão.

O Dicionário Grego-Português de Pereira (1976, p. 101) traz as seguintes definições:  Baptós   = Submergido, Mergulhado; Tingido, Colorido; de onde se pode tirar água; Báptô (bapsô) = Submergir, Mergulhar; Temperar (o ferro, o aço); tirar água; Afundar-se submergir-se, dar mergulhos; Baptismô = Submergir, Mergulhar; tirar (água); e, Baptismós = Imersão; Ablução.

Vemos agora a palavra ablução como sendo tradução de baptismós. É esta, então, a tradução feita pela Bíblia. O que é ablução? Lavagem; purificação por via aspersão ou afusão.

Aspersão no grego é “rantisô” que se refere às purificações (Hb 9.13, 19, 21). Em Ap 19.13, se refere a tingir. Mc 7.4 traduz Baptisôntai para aspergir, indicando que as purificações, ou abluções, que eram batismos, eram feitos por aspersão. É algo semelhante ao que quando denominamos regeneração de novo nascimento; palavras deferentes para o mesmo ato.


Exemplos de batismo por aspersão:

O batismo de mais de três mil convertidos no Dia da Descida do Espírito Santo (At 2.41); o batismo de Paulo, que aconteceu na casa de Judas, (At 9.17-19); o batismo de Cornélio e seus queridos (At 10.25,47-48); o batismo do carcereiro e sua família (At 163.33).

O batismo é uma figura, ou seja, um símbolo da purificação espiritual feita no crente que declarar sua fé no sacrifício de Cristo, o qual lhe purifica de todo pecado pela “... aspersão do sangue de Jesus Cristo...” (1 Pe 1:2; 1 Jo 1:7). Ora, se o batismo com água tipifica a purificação no sangue, deve ser por aspersão, e não por imersão.

A palavra batismo e seus derivados aparecem, no Novo Testamento, segundo os comentários da Bíblia Vida Nova, mais de 105 vezes.  Em muitas ocasiões, a palavra não está traduzida, mas transliterada, isto é, conservando a forma grega original;  sofrendo apenas uma adaptação para ser lida na língua portuguesa.

Isto é muito importante, porque quando a palavra é traduzida, não o faz para imersão, mas para purificação, aspersão, ablução e lavagem (Mc 7:4,8; Hb 9:10);  para quem gosta de afirmar que “batizar é o mesmo que imergir” deve preocupar-se em resolver este grande problema doutrinário que confronta com a Bíblia.

Batismo na Bíblia, sempre dar a ideia de purificação e não de um simples mergulho. Que sentido teria o batizante dizer ao batizando: “Eu te mergulho com, ou em água?” Mergulhar para que? Será que não é lógica a declaração: “Eu te purifico com, ou em água?” Dessa última forma está tudo completo.

Hodge, grande teólogo dos nossos dias, fornece sete poderosas provas contra a imersão: a) a imersão não estava ordenada; b) os batismos (purificações) eram por aspersão ou afusão; c) as aspersões e as efusões recebiam o nome de batismos; d) ‘batizar’ é equivalente a ‘lavar’; e) o batismo judeu era um rito cotidiano entre os judeus; f) casos em que a imersão era impossível; g) Hebreus 9:10 corrobora os batismo por aspersão e afusão.

Acontecimentos no Antigo Testamento que simbolizaram o batismo na Nova Aliança:

O Dilúvio (1 Pe. 3:20-21), onde os ímpios foram submersos, mas o justo Noé e sua família foram orvalhados pela chuva que caia do céu;  a passagem do Mar Vermelho (1 Cor 10:1-2), onde as águas submergiu os inimigos e o povo de Deus, andando a pés enxutos, e não rastejando debaixo das águas, foram orvalhados pelas águas e pela nuvem gloriosa de fogo; a Consagração dos Sacerdotes (Ex 29:4), os quais eram batizados por aspersão na porta da congregação onde não havia águas profundas.

Ameaça pesada:

Quem não concorda com a aspersão ficará imundo, pois água pura não foi aspergida sobre ele - Nm 19:20.

O batismo com água é uma Ordenança feita pelo Senhor Jesus Cristo para todo aquele que nele acreditar e recebê-lo como seu Salvador pessoal (Mt 28:19; Mc 16:16).

            Quem pode batizar:

O batismo não pode ser ministrado por qualquer pessoa. O próprio Paulo disse que Deus não o enviou para batizar (1 Co 1.17).

            Quem pode receber o batismo:

Pois, pela recepção do batismo com água, a pessoa declara que aceita os termos do pacto em que Deus assegura aos crentes as bênçãos da Salvação. Não é qualquer pessoa que pode declarar, entender e crer isso.

Filipe evangelizou o eunuco; quando este pediu para ser batizado, inclusive mostrando a água, e perguntando o que impedia o ato, recebeu a seguinte resposta: “É lícito, se crês de todo o coração” (At 8:36-38).

Muitas igrejas batizam aleatoriamente, quem quer que seja; às vezes nem sequer o pedem, são convidados de última hora; outras, ainda seguindo a tradição romanista, batizam crianças. Crianças têm a condição de crer no Evangelho de todo o coração? Desconfio que não. Então não há necessidade de batiza-las.



O batismo é como um diploma que é conferido a quem concluiu um curso e foi aprovado nos exames. Quem não creu não deve receber batismo.

O simbolismo do batismo com água:

O batismo tem vários simbolismos, entre eles, citaremos três principais, os quais representam as operações da salvação: a) a aspersão do sangue de Cristo (1 Pe 1.2; 1 Jo 1.7); b) o símbolo do derramamento do Espírito Santo (Is 44.3; Ez 36.25-27; At 2.38); c) o símbolo da lavagem realizada pela Palavra de Deus (Jo 3.5; 15.3; Ef 5.26).

O pacto do batismo com água:

Pela recepção do batismo com água, a pessoa declara que aceita os termos do pacto em que Deus assegura aos crentes as bênçãos da salvação (At 2:41; At 8:12)”.

            Conclusão:


Não dá para falarmos tudo sobre o assunto neste comentário, pois é muito vasto. Não estou concluindo por falta de iluminação. Graças a Deus! O importante é que o crente receba o batismo, da maneira bíblica, e não abra mão nunca, desta convicção, por nada deste mundo. Não se submeta a novo batismo, tal atitude é apóstata, pois “...há um só Senhor, uma só fé, um só batismo.” (Ef 4:5).

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