A Didaqué, suposto documento dos primórdios da igreja, tem algo a nos dizer  sobre os modos de aplicar a água do batismo. Diz o documento:

a) “No que diz respeito ao batismo, batizai em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente.” Ou seja, de preferência, devemos batizar em  rios. Isso não significa submersão dos batizandos, deitando-os na água. Com certeza, o escritor do documento tinha em mente  o modo como João Batista batizava, que, diga-se de passagem, não era diferente dos ritos de purificações ordenados por Deus nos Livros da Lei, os quais se realizavam por aspersão ou lavagens em águas correntes. 

b) “Se não tens água corrente, batiza em outra água; se não puderes em água fria, faze-o em água quente.” Acreditamos tratar-se de água de poço, ou de tanque. Com certeza não significa que tenha que submergir os batizandos nessas águas. 

Sobre esse modo de batismo existem gravuras, a partir do II século d.C., época em que provavelmente a Didaqué foi escrita, que mostram  cenas de batismos, em que a água é derramada sobre os batizandos. 

No IV século d.C., temos quadro que mostra o batismo de Agostinho; e no V século d.C., temos o batismo de Clóvis I (ou Chlodovech, 466-511/513 d.C.), rei dos francos,  sendo batizado, após sua conversão do Arianismo ao cristianismo. 

c) “Na falta de uma e outra, derrama três vezes água sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”  Ôpa! Quer dizer que a Didaqué valida essa forma de batismo? Claro que Sim! E por que muitos dizem que ele é falso?  Não sabemos. 

Então, queremos dizer que no fundo, no fundo, a Didaqué está dizendo que em  águas correntes, ou com águas represadas,  ou com água de alguma vasilha, o batismo é do mesmo modo: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, Derramando três vezes, a água sobre a cabeça do que está se batizando.

Foi assim que os três mil convertidos foram batizados no Dia de Pentecostes; 

Foi assim que S. Paulo foi batizado, dentro da própria casa onde estava em oração, logo após o seu encontro com o Senhor Jesus; 

Foi assim que o carcereiro de Filipos, e sua família, foram batizados, pela madrugada; 

Era assim que os cristãos que viviam em Roma, no tempo da perseguição, os quais celebravam seus cultos dentro das catacumbas de Roma eram batizados. Por acaso no cemitério havia possibilidade de submergir os batizandos, e mais deitando-os na água? 

Foi assim que santo Agostinho, foi batizado, disso temos gravuras que mostram o seu batismo;

Era assim que os reformadores batizavam; 

É assim que as igrejas históricas batizam até hoje. A exceção começa por volta de 1640, com um grupo de puritanos independentes (congregacionais), na Inglaterra, postoreado por Helwis, o qual pensou que o batismo deveria ser por submersão, deitando os batizandos na água. É daqui que surge linhagem dos batistas, exatamente por causa da forma batismal por submersão (Fonte: Congregacionalismo Brasileiro, Rev. Manoel da Silveira Porto Filho).

Muita gente ao ler a Didaqué, ver que que ela enfoca a prática do batismo em águas correntes, e  concluem logo que o batismo deve ser pelo modo da submersão; e, que o mesmo tem a primazia. Nesse escrito mostramos que não se trata disso; e, além do mais, esse documento, não é inspirado; é pseudoepígrafo, pois ninguém sabe quem, quando, e onde foi escrito; também, Eusébio, Atanásio de Alexandria (d. C. 367) e Rufino (d. C. 380), o consideram como apócrifo (https://pt.wikipedia.org/wiki/Didaqu%C3%AA). 

Embora esse documento mostre modos variados de aplicar a água do batismo, não devemos tê-lo como regra de fé e prática, pois somente a Bíblia Sagrada o é; e, nela Baptismós não é traduzido para imersão, como alguns insistem. Portanto, fiquemos com as Escrituras para estudarmos o assunto batismal.  

Pr . Luiz Dias  


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