ARTIGO 24
Da Lei Cerimonial e dos Ritos Cristãos
“Os ritos judaicos, divinamente instituídos pelo
ministério de Moisés, eram sombras de bens vindouros e cessaram quando os
mesmos bens vieram (Hb 10:1; Cl 2:16.17). Os ritos cristãos são somente dois: o
batismo com água (Mt 28:19; At 10:47) e a ceia do Senhor (Mt 26:26-28; 1 Co
11:23-29).”
Perguntas
para debate:
1.
A
que corresponde a palavra “Torah”?
2.
A
que Jesus se referia em Lc 24.27 ao usar a palavra Moisés?
3.
Quais
classes de Leis do Antigo Testamento não deve ser aplicada pela Igreja?
4.
A
qual classe de Lei pertencia a Festa dos Pães Asmos (Ex 23.14)?
5.
A
Lei escrita em Ex 22.5 como pode ser classificada?
6.
Como
era melhor tipificado o rito do batismo com água no Antigo Testamento?
7.
Qual
cerimônia do Antigo Testamento tipificava a Santa Ceia do Senhor?
8.
Quem
ordenou o rito cerimonial do batismo com água no Novo Testamento?
9.
Quem
ordenou o Rito Cerimonial da Santa Ceia do Senhor?
10.
Quais
são os ritos obrigatórios para o crente?
A Lei
A palavra “Lei” é uma tradução do hebraico “Torah”, que significa instrução. Refere-se aos cinco primeiros
livros da Bíblia, ou seja, o Pentateuco
(Lc 24:27 e 44; Gl 4:21-22).
Neste conjunto de livros, bem como em toda a
Bíblia, encontramos a Lei de Deus, as, Leis, os estatutos, os mandamentos, os
decretos, os direitos, os preceitos e os juízos de Deus.
No Livro da Lei, há vários tipos de leis, tais
como:
1.
Leis criminais ou civis – Previam pena para muitos crimes, inclusive,
a pena de morte para alguns delitos: (Ex 21:12,15,17);
2.
Leis circunstanciais – Aplicadas de acordo com a situação: (Ex
22:1-17);
3.
Leis familiares:
3.1.
Mostravam
como castigar filhos rebeldes (Dt 21:18-21);
3.2.
Como
repartir a herança dos filhos (Dt 21:15-17);
3.3.
Sobre
a castidade e o casamento (Dt 22:13-30);
4.
Leis Morais – Regulamentavam a conduta do povo em relação ao trato com
Deus, com próximo e a Criação de modo geral (Ex 20:12-17);
5.
Leis Cerimoniais ou Religiosas:
5.1.
Tratavam
dos ritos da religião judaica dos serviços sagrados (Hb 9:1-10);
5.2.
Tratava
dos sacrifícios, ofertas, ofertantes e sacerdotes (Lv cap. 1-7);
5.3.
Das
Festas sagradas como a Páscoa, o Pentecostes, etc.;
5.4.
Do
tabernáculo, do altar e dos utensílios do templo.
5.5.
Dos
holocaustos
As Leis cerimoniais eram sombras dos bens que
viriam em Cristo, ou seja, figuras para o tempo do evangelho de Cristo (Hb
10:1; Cl 2:16-17) e foram totalmente abolidas, restando apenas duas cerimônias
para o cristianismo: O batismo d’água e a Santa Ceia.
Leis civis ou criminais não se aplicam pela
igreja, pois eram referentes ao governo da nação Israelita, e é departamento
do Estado. Ele recebe autoridade divina à qual deve obedecer todo cidadão,
principalmente a Igreja; a menos que o Estado crie Leis que sejam contrárias ao
espírito cristão. Jesus não aboliu as Leis que tratavam da regência da sociedade, mas,
ensinou aos seus discípulos a Lei do amor. Exemplo: É dever de o Estado punir
quem rouba uma jaqueta de um motociclista; mas, ao cristão motociclista, Jesus
ordenou que se alguém quiser demandar a jaqueta, entregue não só esta, mas,
também a camisa.
As Leis de caráter moral foram aperfeiçoadas
ou repetidas por Cristo e seus apóstolos, como pertencendo à Nova Aliança, para
reger a espiritualidade do povo de Deus na Igreja.
As outras leis do Antigo Testamento, quando
aplicadas pela Igreja, são feitas mediante à luz do Novo Testamento, como
exemplo, o não comer sangue (Gn 9.4; At 15:19-20); a comida do boi na Antiga
Aliança é interpretada como o sustento pastoral na Nova Aliança (Dt 25.4; 1 Co
9.9-10).
Alguém acha que Jesus cumpriu apenas uma parte
da Lei, no caso, o cerimonialismo cultual, deixando sob a responsabilidade dos
crentes convertidos a Cristo o cumprimento das Leis Morais. Não é verdade! O
Senhor Jesus cumpriu todas as Leis do Antigo Testamento e estabeleceu no Novo
Testamento, novas Leis, ou uma nova ética, e somente dois novos ritos, embora,
tudo esteja embasado no Antigo Testamento.
Os que pensam que Jesus não cumpriu todas as
Leis, tentam assim, ajudar a Cristo na obra da salvação escolhendo algumas leis
segundo o “seu código de ética
imaginário” para fingir que são obedientes. Isso se chama Legalismo,
Formalidade e Hipocrisia farisaica.
A Lei, no seu todo, tem a finalidade de
conduzir o pecador a Cristo quando esse examina o Antigo Testamento, ou quando argüido
pela pregação que mostra a malignidade do pecado.
O pecador ao se vê impossibilitado de cumprir
todos os preceitos, chega-se a Cristo para serem julgadas as suas culpas. O
pecador que aceita a Cristo, já não precisa ficar subordinado à letra da Lei,
mas, a Cristo, seu representante legal perante Deus, o grande Juiz (Gl
3:23-25). Esse pecador redimido, apesar de não está subordinado à letra da Lei
do Antigo Testamento, não está sem Lei, mas, debaixo da Lei de Cristo.
O Ministério de Moisés.
Moisés era o Mediador entre Deus e o povo (Ex
20:18-21; Gl 3:19). Foi ele quem recebeu a Lei e a comunicou ao povo. Seu
ministério começou com seu chamado no deserto, através de uma sarça que ardia
sem se consumir.
Ao aproximar-se para ver a maravilha, ouviu a
voz de Deus ordenando-lhe que deixasse o deserto e se dirigisse para o Egito, a
fim de tirar o povo que estava sofrendo e clamava por libertação.
Moisés achou a tarefa pesada, mas, Deus o
convenceu e o capacitou (Ex 3:11-12). Concedeu poderes a ele, o qual regressou
ao Egito (Ex 4). Falando com Faraó (Ex 5), este resistiu, mas, Deus pelas mãos
de seu servo, opera grandes sinais naquela terra, que ficaram conhecidos como
“As Dez Pragas do Egito”.
Finalmente Faraó perde a batalha e o povo é
liberto. Atravessam o Mar Vermelho à pés enxutos e entram no deserto. Ali Deus
outorgou a Lei, os Dez Mandamentos,
da qual se deriva todas as outras leis. Esta “Foi
adicionada (à Promessa) por causa das transgressões, até que viesse o
descendente (Cristo) a quem se fez a promessa, ...” (Gl 3:19).
Apesar da fidelidade de Moisés em toda a casa
de Deus, Jesus é considerado digno de tanto maior gloria e honra que ele; pois
Moisés era apenas servo, Cristo porém, é o Filho (Hb 3:1-6).
O ministério de Moisés tinha sacerdotes,
instituídos pelo próprio Deus (Hb 5:1-4); contudo, estes foram impedidos, para
dar lugar a Cristo (Hb 5:5-10), razão pela qual houve mudança de lei (Hb 7:12).
Jesus disse que não veio revogar a Lei, porém,
cumpri-la (Mt 5:17-18). E de fato, fez isto em nosso lugar, satisfazendo assim,
a justiça Divina. Após este feito, ela foi revogada para dar lugar a uma Lei
superior (Hb 7:18-19; 8:6-13). Por isso Cristo diz: “Ouvistes que foi dito aos antigos: ... Eu, porém, vos digo...” (Mt 5:21-22). Isto quer dizer que devemos
ouvir a Jesus.
Ritos do Cristianismo.
Tratando-se de cerimônias, devemos praticar os
ritos instituídos por Cristo e não por Moisés? Quais são então, os ritos
cristãos?
O
Batismo Com Água.
Muitos acontecimentos no Antigo Testamento simbolizaram o batismo que se
cumpriria na Nova Aliança:
a.
O
Dilúvio (1 Pe. 3:20-21);
b.
A
Passagem do Mar Vermelho (1 Cor 10:1-2);
c.
A
Consagração dos Sacerdotes (Ex 29:4);
d.
As
purificações, ou seja, diversas abluções (grego Baptimois - Hb 9.10).
O batismo com água foi ordenado por Nosso
Senhor Jesus Cristo, como símbolo da purificação espiritual feita pelo Sangue
de Cristo (Mt 28:19); foi praticado por seus apóstolos (At 10:47); e é ordenado
para todo o que crê (Mc 16:15-16).
A
Ceia do Senhor. Era
tipificada pela Páscoa (Ex 12:8; 1 Cor 5:7).
O Senhor Jesus ao comer a última Páscoa com os seus discípulos tomou
dois elementos: o pão e o vinho distribuiu com eles ordenando-lhes que fizesse
isto até a Sua Volta, e em memória dEle (Mt 26:26-28; 1 Cor 11:23-29).
Estes ritos serão tratados com mais detalhes
nos Artigos 25 e 26.
Pr. Luiz Dias da Silva
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