O conceito imersionista limita bastante a simbologia do batismo. Isto é feito para amarrá-la ao modo da submersão, que para eles resume-se simplesmente em demonstrar, visualmente, como em um drama, a união do crente com Cristo na Sua morte, sepultamento e ressurreição.

Certo pastor afirmou: “O batismo é um quadro exibindo o evangelho: a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, e significa que o batizando está morto para a velha vida de pecados e ressurgido para  uma nova vida em Cristo Jesus”.

A Igreja Católica, que apesar de não batizar por imersão, em seu Catecismo (1993, p. 340) diz que o batismo é: “o ‘mergulho’ na água (que) simboliza o sepultamento do catecúmeno na morte de Cristo, da qual com Ele ressuscita, como ‘nova criatura’ ( 2 Cor 5:17; Gl 6:15)”. Salientamos que as referências bíblicas citadas nada têm com a forma de batismo.

Mahoney (1998, p. 24-25) diz que o batismo é um quadro que simboliza ou demonstra o que aconteceu com o crente nos âmbitos da morte, sepultamento e ressurreição do crente com Cristo, para que com ele ande em novidade de vida - Rm 6:3-7; demonstrar que assim como Cristo foi assunto ao céu; o crente também subiu ao céu com Ele – Ef 2:6; Cl 3:1; representa o culto fúnebre do crente; é uma declaração de que o crente foi liberto do domínio de Satanás e agora está no Reino de Cristo – Cl 1:13; e, que pertence à nova raça formada em Cristo – 1 Co 15:22, 45-49; 2 Co 5:17. 

Como vemos, sempre surge a afirmação de que seja um quadro, um drama; um cenário de coisa que impressionam os olhos dos observadores. Para que estas configurações, como sejam, morte, sepultamento e ressurreição, subida ao céu, culto fúnebre do crente, declaração de que o crente foi liberto do domínio de Satanás; uma demonstração de que a água do rio está carregando os pecados do crente,  diz o imersionista que  é necessário haver muita água; se não, o defunto não será sepultado na sepultura líquida, consequentemente, não ressuscitará. A nosso ver, é muita coisa extraída da cabeça dos imersionistas a ser  jogada sobre o batismo, as quais, de fato, nada tem  a ver. 

Por estas citações, o que importa no batismo não é simbolizar, com a água, a purificação dos pecados; mas, simbolizar a morte por afogamento do pecador.

Estas dramatizações não são fiéis às operações da salvação.
Berkhof (1992, p. 308-310) diz que a idéia dos imersionistas em afirmarem que o batismo deve ser por mergulhamento seguido de emersão para simbolizar a morte e a ressurreição espirituais do crente, não tem apoio bíblico, pois os textos citados por eles não provam tal teoria; pelo contrário, as Escrituras claramente apresentam a idéia de purificação como essencial no simbolismo do batismo. Era isto a coisa pertinente em todos os batismos:
a) nas lavagens do Velho Testamento, que por sinal eram por aspersão – Nm 8:7; 19:13, 18, 19, 20; Sl 51:7; Ez 36:25; Hb 9:10, 13; 
b) no batismo de João, onde era evidente a idéia de purificação – Jo 3:25-26; 
c) no Novo Testamento, também é reconhecida  a idéia de purificação- At 2:38; 22:16; 1 Cor 6:11; Tt 3:5; Hb 10:22; 1 Pe 3:21; 
d) até a palavra empregada por Jesus não significa necessariamente  ‘imergir’, mas ‘purificar pela lavagem’. 

O batismo simboliza a limpeza ou purificação espiritual e a identificação do crente com Cristo, como diz Shedd na Bíblia Vida Nova (1976, p. 461). Os símbolos da morte e ressurreição de Cristo são representados pela Santa Ceia, e não pelo batismo (1 Co 11.26). 

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