“Eis
que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei
em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap 3.20)
Uma charge postada no facebook mostra a figura de uma
casa, como se fosse um prédio público de uma igreja local, com a porta fechada
e pressionada por um grupo de pessoas “crentes” que não quer que Jesus entre,
pois se isso acontecer, segundo eles, mudará tudo na igreja.
A charge é uma crítica pesada à igreja hodierna, pois
a retrata, pior do que o pastor da igreja de Laodicéia, o qual o livro do
Apocalipse o descreve como morno em suas obras (Ap 3.15) e arrogante em suas palavras vangloriosas, pois
o mesmo dizia ser rico e abastado, e que não precisava de coisa alguma. A mornidão
e arrogância do pastor, levou Jesus a dizer que estava a ponto de vomitá-lo (Ap
3.16).
O pastor da igreja de Laodicéia, além de morno e
arrogante, também era ignorante, pois desconhecia seu próprio estado infeliz,
miserável, pobre, cego e nu (Ap 3.17). Que situação!
Nesta charge, “tudo na igreja está errado” e, o mais,
grave é que Jesus Cristo está do lado de fora dela. Já pensou uma igreja em que
Cristo está do lado de fora? Misericórdia! Uma igreja sem Cristo, não pode ser a
igreja dele; pelo contrário, deve ser a igreja do anticristo. Misericórdia! A
igreja de Laodicéia era isso? Não. Mil vezes não!
A quem Jesus se dirige através da carta narrada em Ap
3.14-21? “Ao anjo da igreja em Laodicéia.” (Ap 3.14). Sim, ao pastor da igreja.
Era ele o problema de Laodicéia, e, por tabela alguns membros daquela igreja.
Há alguma diferença entre a igreja e o pastor; entre a
igreja e alguém? O que é a igreja para Jesus Cristo? Entre as muitas coisas, a
igreja é o corpo de Cristo, sendo Jesus a cabeça. Se Jesus está de fora da
igreja, então a cabeça está separada do corpo. Pode isso ser assim? Claro que
não!
Cristo pode até abominar o templo (Mt 24.2), o pastor
e alguns crentes, mornos, arrogantes e ignorantes, porque não querem de forma
alguma conhecer a verdade para serem livres, mas, nunca a igreja. Saiba que
Cristo comprou a igreja e, jamais, a abandonará (At 20.21; Mt 28.20)? Quem
julga a igreja, achando-se melhor do que ela, está atingindo o próprio Cristo
(At 9.4), e está morno, porque é ignorante e arrogante.
Na charge, todos os crentes se corrompem, coisa
inédita; a Trindade parece que perdeu a guerra, começou a boa obra, mas, não a pode
concluir; fez a parte mais difícil, e vai termina perdendo tudo. Nunca que isso
acontecerá com meu Deus.
Na charge, a
igreja tem mais poder que Jesus, pois este não pode entrar na sua própria casa,
em face da oposição dos domésticos. Pode? Não!
A igreja só existe em Cristo, ou seja, por ele e por causa dele. Jesus é
o Senhor da igreja e, esta por sua vez, a escrava dEle. Pode a escrava resistir
ao seu Senhor? A resposta é não! Então, a charge está toda equivocada!
A charge apresenta a igreja como algo corrompido, mas,
a igreja é toda formosa e, nela não há defeito ou mácula (Ct 3.7; Ef 5.26-27).
Veja que até mesmo numa igreja como a que estava em Laodicéia, onde o pastor e algumas ovelhas estavam
cheios de vanglória e estupidez, Jesus não estava fora dela, pois ele garante
que onde houver dois ou três reunidos em seu nome, ele estará no meio deles (Mt
18.20).
Na igreja de Laodicéia, ao contrário da charge, em vez de Jesus está fora, está bem dentro e
por dentro, a ponto de conhecer tanto as obras, como também o interior dos
infratores (Ap 3.15-17) que querem prejudicar a sua igreja.
Jesus nunca ficará de fora da sua igreja, pois nela
estão os vencedores que se assentarão com ele no seu trono (Ap 3.21); pois, se os vencedores não estão na
igreja, estarão nas instituições seculares, ou, embiocados dentro de suas casas
feitos ratos dentro de esgotos?
Mas, Deus é bom para com todos, pois até para pastores
e ovelhas do tipo daqueles de Laodicéia, pelo fato de estarem na igreja, Jesus
oferece a eles ouro refinado pelo fogo, vestiduras brancas para se vestirem,
colírio para ungirem os olhos (Ap 3.18) e a oportunidade de entrar em profunda
comunhão com Ele; além da promessa de
sentar no trono e reinar com Ele (Ap 3.20-21). Como conseguir essas maravilhas?
Temos que comprar. Quanto custa? “Vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço”
(Is 55.1).
Agora, perguntemos: Qual a promessa para quem está
fora da igreja, pois na igreja está Cristo e, fora dela, está o diabo? Qual dos
dois queremos?
A conclusão a que chego é que esta charge foi feita
por um indouto, tão indouto que confunde “alguém” (Ap 3.20) com a igreja, ou
seja, a teologia dele, é que alguém é a igreja. Mas, alguém não é a
igreja.
Outra coisa, é que a charge apresenta um Jesus vencido
no duelo de entrar na sua própria igreja, pedindo arrego aos crentes
arrogantes, para entrar na Sua igreja. Que coisa horrível! Que falta de estudo
bíblico! Que falta de escola bíblica dominical! Que antropocentrismo nefasto!
Que graça resistível! Que falta de conhecimento dos atributos de Cristo e de
sua Palavra! Dá até pena!
A guerra não é entre Cristo e a sua igreja. Cristo não
está contra sua igreja, nem a igreja contra Cristo. A guerra contra a igreja
parte do diabo, do mundo, do pecado, dos religiosos, e de muitos apóstatas.
Antigamente, víamos nos ímpios a ira que tinham da igreja e dos crentes; hoje
ouvimos isso não somente deles, mas, também de muitos membros das igrejas
locais. Sabemos que não faltará jamais, no seio da igreja, crentes que infamam
o caminho, mas, por causa deles, vamos vomitar a igreja? Vamos jogar a água
suja da bacia junto com o bebê? Não! Não podemos ser impiedosos e legalistas em
nossos relacionamentos e julgamentos, principalmente contra a igreja, em cujo
seio fomos acolhidos e amados, antes mesmos de darmos testemunho público de
nossa fé em Jesus. Não foi por meio dela que nos afirmamos, embora tenhamos sido
presdestinados para a vida eterna antes mesmo de haver mundo? Não foi por meio
somente por meio da igreja que sentimos o sabor da vida eterna, quando um dia
demos o nosso testemunho público diante da congregação? Ora, vamos voltar à
sensatez! Um erro não concerta o outro!
Que Deus em Cristo nos acolha e nos perdoe! Amém!
Pr.
Luiz Dias
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