O desejo de estar com Cristo, conforme Paulo se expressa em Fp 1.23, que deve ser também, o de todo cristão verdadeiro, se refere ao momento da partida, ou seja, da morte do corpo, a qual não poderá separar o cristão de Deus, como escreveu Paulo: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 8.38-39). 

Esse desejo de está com Cristo é inspirado pelo Espírito Santo, nunca será um desejo carnal, produzido simplesmente pelo conhecimento literal. Pense bem no enlevo espiritual que o malfeitor que estava à direita de Jesus sentiu, quando reconheceu Jesus como sendo o Cristo de Deus, ou seja, o Rei de Israel, e em sua oração, pediu que Jesus se lembrar-se dele quando viesse no seu reino, e Jesus lhe deu uma promessa de gozo mais breve: Hoje mesmo estarás comigo no paraíso (Lc 23.43). Quando? Hoje mesmo, disse Cristo! Ou seja, naquele mesmo dia, não apenas no futuro.

Com certeza, Jesus não estava falando da ressurreição da carne, mas, da volta do espírito para Deus (Ec 12.7), que para este justo, seria em estado de gozo. O que é o paraíso, senão, o céu? O que do malfeitor santificado por Jesus, foi para o paraíso com Cristo, senão o espírito? Paulo esteve lá, antes da sua morte, e testemunha que o lugar é glorioso (2 Co 12.1-4), talvez, por causa dessa revelação ele tivesse tanto desejo ir para lá, mais, talvez, do que qualquer outro crente.

Alguém sempre replica que se a pessoa ao morrer, já segue para um lugar predeterminado, para que serve a ressurreição e o Dia do Juízo? Deixe-me fazer duas simples perguntas: Alguém que gosta muito de praia, estando na praia, mas, ainda não havendo tomado banho na praia, já desfruta de algum prazer? A outra pergunta é: alguém que é acusado de cometer um crime, estando prezo, mas, ainda não tendo sido julgado, já sofre alguma coisa? Estas duas perguntas esclarecem o assunto do gozo do salvo, e do sofrimento do ímpio antes do Juízo.

Claro que o maior desejo do crente não é morrer para ressuscitar, mas, ser transformado por ocasião da vinda do Senhor (1 Co 15.51-52). Mas, o Cristão, como alguém já disse, nada perde por morrer.

O desejo que o crente tem de morrer e está com Cristo não deve ser por uma questão de fuga das agonias deste mundo, preferindo cair num estado de letargia, para não ver e não sofrer com as desgraças que acontecem aqui, às quais todo vivente está sujeito, a umas e outras, pois o viver para o cristão é Cristo, e o morrer é lucro (Fp 1.21), porque, o cristão, com a morte, entrará numa estado de união maior com Cristo, e não o contrário.

Luiz Dias





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