O século XVI, um jovem, monge da
ordem Agostiniana, com medo do Juízo divino, queria saber como encontrar um
Deus gracioso, que pudesse aceitar um coração tão corrupto como o seu o era.
Embora o jovem fosse sacerdote desde
1505, doutor em teologia desde 1512, e lecionasse na Universidade de Witenberg,
não tinha ainda certeza de sua salvação, pois não sabia como encontrar o Deus
Gracioso.
Para encontrar o Deus gracioso
jejuou, orou, castigou-se, leu Bernardo de
Claraval, procurou conselho de seus superiores e, preocupou-se com os
sacramentos; fez promessas e as cumpriu rigorosamente; preocupou-se com o
estado da igreja, mas, contudo, não encontrava o Deus Gracioso.
O jovem monge conhecia a filosofia
aristoteliana e a Lei de Deus escrita na Bíblia, mas não sabia como encontrar o
Deus Gracioso. Em 1514, estudando as Escrituras Sagradas, compreendeu o
evangelho em que Deus justifica o pecador por meio de Cristo, e pôde encontrar,
então, o Deus Gracioso nos dizeres do Apóstolo Paulo em Rm 1.17: “...visto que
a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé
em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.”
A justiça de Deus revelada nas Escrituras
fez com que o jovem monge sentisse que
as portas do Paraíso haviam sido abertas para ele naquele momento, quando encontrou
o Deus Gracioso, tentou passar essa boa nova, para o púlpito de sua igreja,
pensando que estava prestando um relevante serviço, principalmente ao combater
o Pe. Tetzel, que para vender muitas indulgências para coletar dinheiro para a
construção da Básilica de S. Pedro, apresentava aquele comércio sagrado como
tábua de salvação ao dizer: “Logo que a moeda bater no fundo da caixa, a alma
solta-se do purgatório”.
O Jovem, combateu o comércio da fé
apresentando noventa e cinco teses, que dizia que daquele modo jamais se
encontraria o Deus Gracioso. A redescoberta do Evangelho do Deus Gracioso
ganhou proporções mundiais, e por todo lugar a doutrina se estendeu salvando
nações inteiras das trevas do engano.
Neste ano de 2017, comemora-se em 31
de outubro, 500 anos da Reforma, e espera-se que aquele, que como o jovem, encontraram
o Deus Gracioso, tenha prazer em Comemorar esse grande evento que mudou a
história. Sua igreja vai comemorar também?
Luiz Dias
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