Alguns fatos parecem
servir como provas irrefutáveis de que Jesus foi batizado por imersão total. Vejam: Jesus dirigiu-se da Galiléia para o
Jordão para ser batizado (Mt 3:13); Marcos diz claramente que Jesus foi
batizado no rio Jordão (Mc 1.9); diz que depois do batismo, Jesus saiu da
água (Mt 3:16); diz que João batizava em
Enon porque tinha muitas águas (Jo.2.23); usa-se o batismo do eunuco como
exemplo; um dos significados da palavra batizar é imergir; o batismo está ligado à ideia de sepultamento
e ressurreição, então, associa-se isso ao movimento de deitar os batizandos
debaixo da água; e, além do mais, impressiona tanto o batizando como os
observadores, chegando e se contar testemunhos de pessoas que foram curadas na
hora do batismo. Pois é. Qualquer leigo na teologia, concluirá que o batismo de
Jesus foi por imersão.
Porém, nenhum destes
fatos provam que o batismo de Jesus foi por
submersão, e deitado na sepultura líquida, como se diz, pois os fatos
acima nada têm em comum com a posição horizontal ou vertical em que João, aplicou o batismo a Ele; também não nos fala
o quanto Jesus imergiu na água até que João o considerasse batizado; também não
anula o modo como Deus o instruiu sobre os batismos.
Sobre o antigo modo de
batizar, Almeida e Matos em seu livro, Batismo Bíblico (2000, p. 18), diz que
“Todos os característicos da nova dispensação ou foram claramente mostrados na
Lei ou plenamente preditos pelos Profetas. Cristo não veio estabelecer novidade
alguma, e sim, efetuar o que havia sido predito. 'Não cuideis, que vim destruir
a lei ou profetas (disse Jesus); não vim abrogar, mas cumprir' (Mt 5.17). Assim
é que toda a missão de Cristo havia sido claramente predita por seus Profetas e
visivelmente mostrada nos tipos e símbolos da Lei judaica; e assim é que as
predições do Velho Testamento se realizam nas atuações do Novo Testamento,
vindo este a ser complemento daquele. Ora bem, visto que a ordenação do BATISMO
estava destinada a ocupar uma posição conspícua na dispensação do Novo
Testamento, é justo indagar: Fora o batismo tipificado nas leis do Velho
Testamento e predito por seus profetas, ou não?”
Por que será os
Sacerdotes e Levitas pensaram que João Batista era o Profeta, ou o Elias, ou o
Cristo (Jo 1.19-21, 24,25)? A resposta é: Pelo batismo. E como João estava
batizando para que eles pudessem identificar que de fato João estava praticando
rito batismal? O que era o rito batismal? Os batismos eram “...várias abluções,
...impostas até ao tempo de reforma...” (Hb 9.10).
Como eram efetuados esses
batismos? “...porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os
mandamentos segundo a lei, tomou o
sangue dos novilhos e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo e aspergiu
tanto o próprio livro como todo o povo.” (Hb 9.19) “...e um homem limpo tomará
hissopo, e o molhará na água, e a espargirá sobre a tenda, sobre todos os
objetos e sobre as pessoas que ali estiverem, ... também o limpo, ao terceiro
dia e ao sétimo dia, a espargirá sobre o imundo, ...mas o que estiver imundo e
não se purificar, esse será extirpado do meio da assembleia, porquanto
contaminou o santuário do Senhor; a água de purificação não foi espargida sobre
ele; é imundo” (Nm 19.18-21).
Então, vemos claramente
que os batismos eram realizados por aspersão e não por imersão. João Batista
era um homem versado na Palavra de Deus, além do que, seu batismo era do céu,
não inventado por ele mesmo (Mt 21.25). Como o Profeta, o Elias, ou Cristo,
segundo a Lei e os Profetas, deveria batizar?
Vejamos o Profeta que
estava para vir. Ele seria alguém semelhante a Moisés (Dt 18.15). Moisés
batizou? Com certeza! Então, como ele Batizava?
“Porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos
segundo a lei, tomou o sangue dos novilhos e dos bodes, com água, lã purpúrea e
hissopo e aspergiu tanto o próprio livro como todo o povo” (Hb 9.19).
E o profeta Elias que de
quem a profecia falava? A vinda do profeta Elias estava em conexão com a vinda
do Messias. O que o Elias deveria fazer? Ele deveria purificarar os filhos de
Levi (Ml 3.1,3; 4.5,6; Mt 11.14). E como os filhos de Levi eram purificados?
Por aspersão. Eis a reposta bíblica: “Toma os levitas do meio dos filhos de
Israel, e purifica-os; e assim lhes farás, para os purificar: esparge sobre
eles a água da purificação.” (Nm 8.7-7).
E o Cristo, que é o
próprio Deus humanizado, como deveria batizar? Ele aspergiria água pura. “Então aspergirei (Deus em Cristo) água pura
sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os
vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração novo, e porei
dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e
vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e
farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as
observeis” (Ez 36.25-27).
Ora, se João estivesse a
submergir em vez de aspergir, que identificação se veria com o Elias, ou com o
Cristo, ou com o Profeta semelhante a Moiséis (Jo 1.19-21, 24,25)?
Certamente que se João
estivesse a praticar imersão não haveria nenhuma identificação com as profecias
caracterizadas nos personagens acima citados. A pergunta das autoridades seriam
que rito é esse que você está praticando?
Outro fator importante
porque Jesus não foi submerso, é que Ele era sacerdote (Sl 110.4). O que a Lei
ordenava para o sacerdote iniciar seu ministério? A Lei exigia que o mesmo
passasse por uma cerimônia especial de purificação com água na porta da tenda
da congregação (Ex 29:4). Sobre essa purificação o Dr. Scofield na nota de rodapé
da sua Bíblia de Estudos (1983, p. 106), comentando Ex 29:4, diz que “Isto era
feito “para tipificar a ação de Cristo, que recebeu o batismo de João, não
precisando dele, mas para identificar-se com os pecadores e para cumprir o tipo
araônico”. Que bela explicação! Jesus ao
batizar-se, anunciou seu ministério,
identificou-se com o povo e cumpriu o tipo araônico (Jo 1.30-34).
Paulo Raposo Correia em
seu magnifico livro, o Batismo Com a Palavra, a Bíblia (1996, p. 38), cita
certo comentarista, que diz: “Numa igreja de Ravena, cidade rica em monumentos
bizantinos, há uma gravura das mais antigas (400 d. C.) do batismo de Jesus e
ela apresenta João Batista sobre uma pedra, derramando água sobre a cabeça do
Senhor”.
A conclusão a que
chegamos é que João Batista não praticou batismo de submersão, tendo em vista
que seu batismo era uma purificação (Jo 3.25-26).
Luiz Dias
0 comentários:
Postar um comentário