O batismo no tempo atual está intimamente relacionado
com a obra redentora de Cristo, pois Ele ordenou aos seus discípulos que
batizassem os novos crentes (Mc 16:16). Os batismos realizados antes deste,
eram repetidos, exatamente para mostrar que eles não aperfeiçoavam ninguém,
pois apontavam para a purificação maior: aquela feita pelo próprio Cristo, como
diz as Escrituras: ”Quando,
porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior
e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação,
não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue,
entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.
Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos
sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais
o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula
a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus
vivo!” (Hb 9:11-14).
Quem deve Ministrar o Batismo Nesta Nova
Dispensação?
Quem
está apto para batizar? A quem Jesus Cristo delegou esta autoridade? Qualquer
pessoa pode batizar outra?
A
Igreja Romana, em seu
Catecismo (1993, p. 349), afirma que em caso de necessidade,
qualquer pessoa, mesmo que não seja batizada, está apta para ministrar o ato,
desde que tenha a intenção exigida.
Lutero (Obras Selecionadas, v. 1, 1987, p. 79-80) parece que pactuava
deste pensamento, pois em um de seus sermões, que fala sobre a condição
espiritual do sacerdote e o poder que recebe para exercer o ministério, fez a
seguinte citação: “Pois lemos nas
histórias dos mártires que certo comediante quis ser batizado por brincadeira,
sim, para zombar do batismo; enquanto era batizado, se converteu, foi
verdadeiramente batizado por seus companheiros pagãos e imediatamente por eles
coroado com o martírio. Do mesmo modo, quando menino, Sto. Atanásio batizou
outros meninos, que, depois, o bispo de Alexandria declarou batizados, como
[lemos] na História eclesiástica”.
Existem
pastores que julgam exclusivistas, isolam-se do cristianismo e afirmam que as
únicas pessoas autorizadas para batizar são os pastores da sua denominação.
Vemos
que os pensamentos da igreja romana, Lutero e desses pastores, estão
sobrecarregados de exageros e superstições.
O
Dr. Kalley (apud Junior,1972, p. 72), diz que há certos batismos que Deus não
pode aprovar: são as imersões dos hindus, no rio Ganges, da Índia; e o batismo
dos católicos romanos, etc.
Creio
que se o Dr. Kalley, ainda estivesse no nosso meio, ele diria quem também
alguns batismos de algumas igrejas, que se dizem evangélicas, embora tenham
algumas crenças que sigam o movimento fundamentalista, também não deveriam ser
aceitos, tendo em vistas, o depósito geral da fé que confessam, a prática
litúrgica que adotam, o comercio que fazem do sagrado, e o menosprezo que
fazem, não só dos batismos das outras igrejas, mas, até dos seus próprios, pois
além de lhes atribuir poderes supersticiosos, praticam o rebatismo sobre o
batismo que eles mesmos fizeram nos membros dessas comunidades que delas se
afastaram. Sim! Como vamos valorizar uma coisa que nem mesmo quem a praticou
acredita? “Tudo que não provém de fé é
pecado.” O rito batismal destituído de fé é pecaminoso.
A
Confissão de Fé de Westminster (1994, p. 140) no capítulo XXVII, parágrafo IV
declara: “Há apenas dois sacramentos
ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho: O Batismo e a Ceia do Senhor.
Nenhum dos quais pode ser administrado senão por um ministro da Palavra,
legalmente ordenado.”
Jardim
(2001, p. 143, 145) também afirma baseado no Regimento Interno da UIECB, que é
direito do pastor e também do presbítero, em substituição ao pastor, batizar os
conversos. Isso pode acontecer numa igreja realmente avangélica, onde ela
exerce o papel de corpo de Cristo, e que se dois sobre a terra concordarem a
respeito de alguma coisa que porventura pedirem, isso, segundo as palavras de
Jesus, será concedido. A igreja tem autoridade para batizar.
Berkhof
(1990, p. 637) também afirma que as Igrejas Reformadas, com base nas
Escrituras, reconhecem somente o ministrante legal e único do batismo, o
Presbítero docente ou o ministro; também reconhece o batismo de outras igrejas,
menos das seitas e de católicos romanos.
Somente
aos discípulos, ou seja, à Sua igreja, confiou Jesus a obra de batizar os
conversos - Mt 28:19. Não é qualquer pessoa que pode batizar; isto pode ser verificado
na declaração de S. Paulo ao dizer: “Porque
não me enviou Cristo para batizar; mas para pregar o evangelho.” – 1 Cor
12:17.
A
Igreja é que tem autoridade para isto; é ela quem delega este poder a um
ministro reconhecido por ela, aponto de que, se o tal ministro fracassar na fé,
não deve o batizado por ele se preocupar, e achar que seu batismo perdeu a
validade; o ministro passa, mas a igreja continua.
A Igreja primitiva levou a sério esta ordem de
Jesus e exigiu que todos que cressem fossem batizados. Os crentes por sua vez,
não demoravam em receber o batismo; os que aceitavam a palavra eram batizados
imediatamente.
Isto
é importante, pois nos dar a entender, que os batismos não eram realizados
somente onde havia rios; consequentemente, a hipótese da submersão dos batizandos
é improvável nestes locais e nestas circunstâncias - At 2:38, 41; 8:36-39; 9:18
com 22:16; 10:47-48; 16:27-34.
Os Receptores do Batismo
O batismo não
era administrado a qualquer pessoa, como acredita a Igreja Romana, a qual
confessa, segundo o seu Catecismo (1993, p. 347-8) que tanto adultos como
crianças são capazes do batismo.
Segundo
Erickson (1997, p. 460), os Luteranos sustentam também a opinião emitida pela
teologia católica de que as crianças ou mesmo os recém-nascidos devem receber o
batismo.
Os
reformados calvinistas também
batizam crianças, apesar de Berkhof (1990, p. 638) dizer que não há nenhuma
ordem explicita e nenhum exemplo na Bíblia para a prática do batismo infantil.
O
batismo infantil é intruso na história. Segundo Alfons (apud Balbach, s/d, p.
179), ele surgiu no terceiro século através de Cypriano, em um concílio em
Cartago, realizado em 15 de maio do ano 252 d. C.
A
teoria de que o infante deve e é capaz de receber o batismo surge pelo fato de
que o mesmo é portador do pecado original. Como, no segundo século surge a crença na regeneração
batismal, Cipriano, então lança mão dessa deformação teológica, para afirmar
que o batismo salva a criança do pecado original, garantindo assim, a salvação
da mesma.
M. Porto Filho,
no livro Congregacionalismo Brasileiro (1997, p. 14) afirma que o batismo
infantil era praticado por todos os grupos de reforma até o século XVII; mas,
que, John Smyth, em 1609, fundador de uma comunidade Independente, batizado na
infância, convenceu-se que isto não estava correto, e batizou-se a si mesmo por
efusão, em seguida, também, batizou a todos os seus companheiros.
Dr. Kalley (apud Júnior,
1972, p. 73) defendia duas condições essenciais para a realização do batismo,
as quais são nulas nas crianças: a) entender claramente a mensagem e de coração
aberto, aceitá-la; b)fé em exercício e alegria inteligente.
O artigo 20 da
Breve Exposição afirma que somente pode-se receber como membros de uma igreja
local, àqueles que o pedem, isto é, aos que mediante a pregação da Palavra se
convencem da necessidade de serem batizados; e que se faz mister que a
aparência deles seja de verdadeiros
filhos de Deus pela fé.
De acordo com
as palavras do Senhor Jesus, o batismo deve ser administrado apenas àquele que
acreditar na mensagem do Evangelho - Mc 16:16. No tempo dos apóstolos só temos
notícias de pessoas batizadas após ouvir, entender e dar crédito à mensagem de
salvação – At 2:37; 8:12, 37; 9:17: 10:1-6, 44-48; 16:14-15, 31-33; 18:8; At
19:1-5.
Cremos que
batizar crianças, ou até mesmo pessoas de fé duvidosa, é uma atitude que só
serve para acrescer o número do rol de membros da igreja militante; é rebaixar
algo que é tão sagrado; é menosprezar o sacrifício de Cristo, pois quem batiza
crianças ou descrentes, atribui ao batismo, poderes miraculosos, regeneradores
e santificadores. É como conferir um diploma de médico a alguém que nem sequer
fez tal curso. É como profanar o nome do Senhor, invocando-o em vão, tendo em
vista que não vem acompanhado da fé, pois quem pode garantir a salvação dos
outros? O batismo deve ser administrado sobre aqueles que invocam livremente o
nome do Senhor e, que sentem a carência de receber tal sinal.
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