“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gn 2.18).
Isto foi no começo da
humanidade. Deus preparou o ambiente para o homem, inclusive formou os animais,
aves, repteis e os trouxe perante o homem para que o homem os examinasse e os
denominassem. Mas, para o homem não houve algo correspondente, capaz de
fazer-se seus companheiros perfeitos. O homem sozinho, naquele momento, pode
não ter sentido sensação ruim, pois a presença de Deus é a melhor companhia, e
além do mais o estado era de perfeição absoluta, tendo em conta que o mal não
havia ainda penetrado no interior do homem.
Mas, o próprio Deus sabia,
que em algum tempo, coisa desagradável iria acontecer com o homem em virtude do
mesmo não ter alguém que lhe complementasse, então, resolveu Deus criar uma
companheira para Adão. Agora havia um casal, e o homem se sentiu feliz,
inclusive, fez-lhe uma linda poesia, como que, suspirando pelo complemento da
sua vida: “Esta, afinal, é osso dos meus
ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomado.”
(Gn 2.23).
Ainda Deus viu que os dois,
não seriam suficientes, e para uma felicidade maior, concedeu-lhes uma bênção
especial para ser fecundos, se multiplicarem, encher a terra de seres
semelhantes a eles para dominá-la (Gn 1:28). Quer dizer: Era um homem; depois,
um homem e uma mulher com a liberdade formaram um lindo casal para o
companheirismo, para o amor; com a graça de gerarem um ou dois filhos; depois,
mais filhos e filhas; e, daí, mais ajuntamentos, mais amor, mais dinâmica de
serviços, e as sociedades se proliferaram, e a solidão, quando viesse a existir
ficaria a cargo de cada um, ou de alguma anormalidade no interior do ser
humano, ou de algum isolamento forçado por circunstâncias adversas à ordem
normal dos fatos. Mas, Deus, não é o responsável pela solidão. Ele fez tudo
para o homem viver em comunidade e não ter esse sentimento terrível de abandono
e solidão.
Solidão é um estado de quem
se acha ou se sente desamparado ou só. Mas, por que o ser humano se sente tão
só, mesmo estando rodeado de pessoas? Que sentimento ruim é esse que domina
tanta gente, principalmente nos dias hodiernos?
Augusto Cury, em seu livro,
Doze Semanas Para Mudar Uma Vida, na página 11 e 12, diz que as sociedades
modernas estão adoecendo; e, ele enumera uma série de fatores, entre eles, a
expansão da solidão, mesmo quando as
sociedades estão se adensando. Ele diz que no começo do século XX éramos
pouco mais que um bilhão de pessoas, hoje, esse número já é superado somente
pela China e pela Índia. Ele diz ainda, que pela vivência próxima das pessoas,
seria de se esperar que a solidão fosse extirpada, mas, tal não acontece; as
pessoas se sentem sós em qualquer ambiente que estiver.
A solidão pode ser boa e
necessária, dependendo da motivação: Um retiro para fazer uma terapia, uma
meditação, uma contemplação, etc. Esse tipo de solidão não é prejudicial, pois
não é do caráter, nem do pecado, nem da doença, mas, da necessidade que se tem
de ter um tempo para si próprio; para está a sós com Deus, como fazem os santos
imitando a Jesus Cristo; ou para a família em lazer, palestras, etc.; ou para
um grupo de gente de negócios buscando sair da rotina do trabalho a fim de
reunir forças e novas ideias para impactar àqueles que precisam de seus
serviços.
Mas, existem pessoas que
estão chorando na solidão, não porque gostem dela, mas, porque estão privados
por circunstâncias adversas, tais como: prisões, trabalhos, doenças do corpo,
da mente, ou espiritual, porque amigos se afastaram delas, e outras coisas
mais.
Nestes casos deve-se buscar
o tratamento que vá de encontro com o problema: Está sofrendo solidão em
virtude de uma pena por um crime praticado, que neste caso é de duplo sentimento:
a solidão é comunitária e também é espiritual. O que fazer? Arrependa-se do mal
que praticou, busque reconciliação com Deus, na pessoa de Jesus Cristo, por
meio da fé, para encontrar a paz com Ele e consigo mesmo, pois em primeiro
lugar, transgrediu perante o tribunal de Deus, ao ofender à imagem e semelhança
dele, por isso, está em inimizade contra Ele. Com certeza, encontrará paz e a
solidão desaparecerá. A Bíblia diz assim: “Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.”
(Rm 5.1). Agora, que você encontrou a paz com Deus, resta debelar a solidão
comunitária. Neste caso, tem que dar tempo ao tempo, mas, esse tempo se
parecerá bem menor, pois você estará num estado espiritual elevado, e em vez de
solidão sentira saudades e amor, coisas bem diferentes, e terá o conforto de
Cristo nestas horas. Amém! Verdade! Verdade!
Se está sofrendo solidão
por causa da distância provocada por seu trabalho, não aceite esse sentimento
como solidão, mas, dê graças a Deus, pela vocação que Ele lhe deu. Trabalhe sorrindo,
sabendo que o finalzinho da semana, da quinzena, do mês, ou do ano está
chegando, e você terá a oportunidade de rever os seus parentes, amigos, irmãos,
o cônjuge, os filhos, a igreja, etc. Sonhe a cada dia com essas coisas e as
lágrimas que rolarem no seu rosto, serão de alegria, não de dor e solidão.
Muitas doenças nos isolam
da comunidade. Nestes casos, que é tão comum ao gênero humano, o conforto é
trazido pela presença de familiares, mas, o único que pode realmente nos
confortar é a presença do Espírito Santo. Tenha fé à maneira do rei Davi e ore
assim: “Ainda que eu ande pelo vale da
sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e
o teu cajado me consolam.” (Sl 23.4).
Doenças espirituais: Antes de
o homem adoecer da mente e do corpo, adoeceu, ou melhor, morreu
espiritualmente. Logo que o pecado entrou no coração do homem ele morreu, “porque o salário do pecado é a morte”
(Rm 6:23). Deus, já de antemão avisou: “...mas
da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que
dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Eles comeram, mas, no mesmo
dia não morreram fisicamente; esta morte, só veio tempos depois; e, em outra
sentença foi ela ratificada: “No suor do
rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; pois
tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19).
A morte espiritual e as
doenças oriundas dela, somente podem ser debeladas pelo novo nascimento, e o
processo de santificação que se segue após ele, o qual falou Jesus Cristo a um bom
religioso, guia do povo judeu, chamado Nicodemos: “...Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não
pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). A morte física será debelada no último
dia, pela ressurreição do corpo, no caso dos que nascerem de novo; para o outro
grupo que se mantém empedernidos, mesmo ao ressuscitarem, será vergonha e
horror eterno.
Reparai bem, porque não é
pelo fato de alguém pertencer a uma boa e antiga religião, como no caso do
judaísmo, mas, por um milagre divino da operação da Palavra e do Espírito de
Deus. A morte espiritual é a responsável por todos os tipos de solidões que
afetam a alma humana. Essa morte faz o homem se envergonhar e se esconder de
Deus, buscando o isolamento da terrível solidão e falta de paz com Deus que lhe
oprime a consciência pelo peso da culpa e da corrupção, bem como o faz acusador
dos outros pelas suas desventuras (Gn 3.8-13). A propósito: Já nasceu de novo?
Está se sentindo solitário
porque amigos se afastam de você? Conta isto em oração a Deus. Jesus Cristo é o
melhor amigo; ele nunca nos deixa só. Desfrute da companhia dele. Muitas vezes
pensamos que estamos sós, mas, “...Ele
tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb
13.5). Afirme com confiança: “Porque, se
meu pai e minha mãe me desampararem o Senhor me acolherá” (Sl 27.10).
Não sofra de solidão por
causa de amigos que te desamparam. Se os amigos não se chegam a ti, vai ter com
eles; procura-os com amor no coração. Quem ama nunca está só.
Existem pessoas que gostam
de se isolar; seu mundo se restringe à sua família, e, às vezes, nem a todos,
mesmo sendo da família; outros não querem ter amigos; têm medo de amizades, e seus
amigos são animais, uma televisão ou outra forma de prazer, que às vezes, são tão
fortes, que o próprio cônjuge, os filhos, os parentes, os vizinhos, não têm a
sua atenção.
Porque esse pessoal é
assim? A Bíblia tem a resposta: “O
solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira
sabedoria.” (Pv 18.1). Esse tipo de solidão é típico da avareza e da
revolta contra o bem; é típico de quem só pensa em si próprio. São pessoas que
são amantes de si mesmo; não se doam para ninguém. Não doam sua vida nem para
Jesus Cristo, pois se acontecer tal coisa, a solidão acaba, por que o pecado da
avareza e da revolta desaparecerá e Jesus Cristo fará um trono no seu coração,
e ele vai ser amigo de todos, sem se preocupar em querer forçar amigos para seu
bel prazer.
Que Deus nos abençoe e a
gente possa tirar proveito desta mensagem, para debelar qualquer tipo de
solidão. Amém! Verdade! Verdade!
Pr. Luiz Dias
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