No século IV A.D., entre os cristãos, surgiu uma controvérsia sobre à Pessoa de Jesus Cristo: Um Presbítero da Igreja de Alexandria, chamado Ário, começa a pregar que Jesus Cristo não é Deus, mas, uma obra de criação. O texto básico para sua tese era Pv. 8:22, traduzido na Septuaginta, como o “O Senhor me criou”, onde todo o capítulo oito se refere à Sabedoria de Deus como algo personalizado. 

Embora a literatura de Provérbios seja poética, dá a entender claramente que não são forças abstratas, mas, qualidades pessoais de Deus, que habitam na pessoa de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo e verdadeiro, pois Jesus, segundo muitos textos bíblicos é a sabedoria de Deus (1 Co 1:24, 30; Cl 2:2-3). 

No tempo de Ário, bispos, pastores e presbíteros refutaram a sua tese, não só mediante outros pontos, mas, principalmente analisando a palavra “criou” no hebraico, língua nativa do Antigo Testamento, ponto em que chegaram à conclusão que a raiz qanah, não tem o mesmo significado de Bara’, como em Gn 1:1, onde se lê: “No princípio criou Deus os céus e a terra.”; que a raiz qanah, tem o sentido de “possuiu”, como traduzida em português: “O Senhor me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas.” 

Isto significa que desde o princípio, a sabedoria de Deus, estava com Deus, sendo essência do próprio Deus, pois se em algum tempo, Deus estava destituído de sabedoria, ele não era o Deus que hoje é, pois isto daria a entender, claramente, que Deus evoluiu; e, se evoluiu, deverá está evoluindo ainda, coisa impossível, pois, Deus é imutável em Seu Ser e perfeições. 

Portanto, devemos entender que a Sabedoria de Deus estava com ele desde toda a eternidade, sendo gerada dele mesmo na infinitude da eternidade divina. 

Chegamos à conclusão que Jesus Cristo, não foi criado como os anjos, os céus, a terra, o homem, etc., mas, gerado no seio do Pai, no princípio, como o “Deus Unigênito que está no seio do Pai” (Jo 1:18). 

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