São Paulo, falando a respeito da salvação dos crentes, explica que a mesma vem,  “...não de obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2.9).
É comum o ser humano tentar cobrir suas faltas através de diversos movimentos humanistas,  tal como roubar de quem tem para dar a quem não tem, como fazia Robin Hood.   Há também um provérbio popular que diz que, “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.” Diante dos homens isso pode até soar como um ato de heroísmo, mas, diante de Deus, o ladrão, mesmo caridoso, será julgado como ladrão; aliás, até no tribunal humano ladrão caridoso é ladrão. Será que quem prega o evangelho, que é a obra mais excelente, se salvará pelo fato de ser pregador? Claro que não. Se a pregação não servir, em primeiro lugar para ele mesmo, sofrerá condenação mais terrível do aquele que nunca pregou.
Ouros tentam cobrir seus erros como quem tapar o sol com uma peneira. Adão, após errar sentiu-se nu, e para cobrir sua nudez, fez uma roupinha de mato para cobrir suas vergonhas (Gn 3.7), mas, quando perceberam a presença de Deus, fugiram envergonhados. Significa que o bem que fazemos para esconder nosso pecado, é vão. Precisamos nos vestir da justiça divina.
Outra coisa que o ser humano costuma fazer é esconder-se da presença de Deus e da sua voz. Muitos quando são convidados para estudar a Bíblia, ou para ir a uma igreja ouvir a pregação do evangelho para sua salvação, escusa-se. O ser humano foge de Deus porque tem medo da arguição de suas obras (Gn 3.8-9; Jo 3.20-21). Quando se trata do acerto de contas com Deus, o homem cria seus próprios mecanismos de autojustificação, não quer ouvir a voz de Deus, e foge dele com medo, como se ele fosse um carrasco, e incapaz de se compadecer da miséria humana. Adão, em vez de correr para Deus, correu para dentro do matagal, fugindo da presença de Deus.
O homem também se queixa dos outros: Adão disse que a culpa era da mulher que Deus lhe dera (Gn 3.12); e, a mulher disse que foi enganada pela serpente (Gn 3.13). Atualmente, quem comete crimes acusa a sociedade, o governo, os antepassados, ou o diabo. Mas, isso não justificará ninguém diante de Deus, pois, cada um dará contas de si mesmo a Deus (Rm 14.12).
 Deus, porém, não é como o ser humano pensa, pois sempre deu prova de seu amor, vindo à procura do homem para reconciliá-lo consigo mesmo, vesti-lo com vestes de justiça celestial, e tirar dele o medo e o desespero. Foi assim com Adão e sua companheira; e é assim conosco hoje. Por que mandou Ele seu Filho ao mundo, não foi para reconciliar o mundo com ele mesmo? Por favor, leia 2 Co 5.19.
A Bíblia toda deixa claro que a salvação não é por obras engendradas pela cabeça humana. A salvação vem de Deus para o homem, e não do homem para si próprio. Por isso, S. Paulo diz: “..Não de obras.” (Ef 2.9). Devemos deixar que Deus nos salve.
É muito comum, o homem tentar esconder-se na capa da religião. Nesse ponto temos um exemplo marcante, ainda nos primórdios da humanidade, quando dois irmãos Caim e Abel, oferecem seus sacrifícios a Deus. O sacrifício de Abel foi aceito por Deus; o de Caim foi recusado. Por que? Se Deus aceitou o sacrifício de um, e recusou o do outro, é porque alguma coisa estava errada, na oferenda, ou no ofertante; ou, talvez nos dois. O fato é que Deus não se agradou nem de Caim, nem de sua oferta (Gn 4.5). Em outras palavras: Deus não se agradou da religião e nem do religioso. A religião, se for correta, dará boa direção ao homem, mas, não o salvará; ela apontará para Cristo, dizendo venha a Ele, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Se a religião for do tipo da que Caim tinha na mente, conduzirá o ofertante para mais distante de Deus, como o fez com Caim.
Ainda hoje vemos muitos homens pensando que para Deus não importa a religião, mas, o coração do religioso. Quer dizer: Se eu tenho boa intenção, Deus aceita, mesmo que esteja tudo errado. Não é isso um engano? Deus é quem declara ao homem como Ele quer ser adorado e, não compete ao homem criar seu próprio sistema de adoração. Vale salientar que na maioria das vezes, o sistema de adoração que está na cabeça de homem, não é propriamente dele, mas, do maligno, como foi o caso de Caim (1 Jo 3.12). O mais interessante, é que o religioso que anda na contramão do evangelho de Cristo, é um inimigo do bem; não escuta a Deus, e ainda persegue o filho de Deus a ponto de irar-se contra ele e assassina-lo (Gn 4.6,7,8). Vemos na história de Caim que a revolta humana não comove o coração de Deus; Ele só aceita a nós, se procedermos bem (Gn 4.7), e isto é alcançado quando estamos de acordo com a vontade divina revelada na sua Palavra.
Outra coisa que deixa os homens naturais intrigados é como uma pessoa que faz tanta desordem pode salvar-se, como exemplo de um dos ladrões que foi crucificado ao lado de Jesus (Lc 23.40-43); ao passo que uma pessoa que faz tanta caridade, e tantas orações, como exemplo do Cornélio, para salvar-se precisará ouvir o evangelho pregado por um servo de Deus (At 10).
O problema é que o homem natural não entende que a salvação do homem é questão forense, ou seja, judicial. Deus é o eterno e justo Juiz; todo homem é transgressor da Lei de Deus, portanto, é réu; Jesus Cristo é o advogado para o homem que se volta para ele buscando-o na função de salvador. Jesus Cristo não advoga perdão de pecados a favor de quem o busca apenas interessado em coisas naturais, tais, como, cura física, comida, riqueza, etc. Quem pensa que precisa de Jesus apenas para solucionar problemas dessa vida, mas, não quer a salvação de sua alma, se enquadra naquilo que S. Paulo falou: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (1 Co 15.19).
A Bíblia demonstra que somos todos pecadores (Rm 3.23); se todos somos pecadores, somos também transgressores da lei de Deus (1 Jo 3.4). Se somos transgressores da Lei de Deus, o que merecemos diante do tribunal justo, do Deus justo, ainda que façamos coisas boas? A bondade do assassino o inocentará diante do tribunal humano? Com certeza, não.  Então, não devemos pensar que nossas boas obras nos inocentará diante de Deus, pois Ele não inocenta o culpado (Ex 34.7), a menos que alguém assuma a culpa.
E, as boas obras para que servem? As boas obras devem ser praticadas por todos, pois isto é dever de todo ser humano (Ec 12.13). Porém, dentro do contexto da salvação são efeitos, e, não causas (Ef 2.8-10).
Veja bem, se uma pessoa altamente caridosa e religiosa, cometer um assassinato, com dolo ou não, a justiça o inocentará pelo fato dela ser uma boa pessoa? Claro que não. É como se diz: Faz-se noventa e nove certo, se não fizer os cem, não satisfaz.  Na justiça divina esse provérbio é o contrário: O pecador faz noventa e nove errado, se fizer uma coisa boa, salvar-se-á. Tens interesse de saber qual é essa coisa boa? Essa pergunta foi feita ao próprio Cristo, e sua resposta foi a seguinte: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” (Jo 6.29-30). Esse que foi enviado por Deus é o Cristo, nosso Salvador. Quer acreditar na obra dele, ou sem suas próprias obras? Isso só você pode responder.

   Pelo Pr. Luiz Dias

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